quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

DESFRAGMENTO


Hoje o sol nasceu lindo e radiante e cada fresta que entrava pela minha janela me fazia respirar lentamente para sentir o cheiro da natureza que pela manhã é mais forte, dá sinais, mostra caminho e conduz a direção correta para todo o dia até que a noite chegue e assim a lua da o seu tom e nós ficamos aqui admirando e contemplando os sortilégios que se instalam no céu como uma manta negra coberta muitas vezes por estrelas que parecem espelhos e refletem em nós mesmos o nosso ‘Eu’ interior que muitas vezes fica ali, escondido, sem se manifestar por medo, por ansiedade, por vaidade.

Eu sempre acho que estou perdendo alguma coisa.

De fato eu acho que sempre perco alguma coisa todos os dias, nem sempre acompanho o mundo, nem sempre sei o que se passa no mundo, nem sempre permito que o mundo se mostre pra mim.

Eu sou um pouco bicho do mato. Eu gosto do clima claro e calmo da minha casa, que basta tocar a luz e ela diminui o tom quase até sumir de vez permitindo que a casa fique com ar de antiguidade, quase a luz de lamparinas. O cheiro do mar que entra pela varanda e uma boa música, talvez Miles Daves ou Jill Scott e uma taça de vinho.

Quando eu vejo já estou aqui escrevendo os Capítulos da minha vida pra vocês. Quando eu começo a escrever eu sinto uma sensação de liberdade muito grande, eu sinto uma força que normalmente não consigo sentir, e é sempre na hora que estou escrevendo.

A escrita me permiti ir além de mim, ela me permite chegar até você sem nem mesmo te conhecer, ela me permite inúmeras opções para fatos da vida que só depende da minha imaginação para serem transformadas de boas a ruins ou de ruins a boas.

Tem horas em que penso muito e mal consigo controlar e organizar meus pensamentos para continuar em um plano reto e seguro esse relato sobre o meu dia.

São tantas as informações e são tantas as revelações a cada dia, são tantos os sentimentos, são tantas as confusões, são tantos e tantos e tantos e tantas outras pessoas e pessoas e alguém em especial na minha mente que às vezes penso que meu HD pessoal cerebral precisa ser desfragmentado para que eu possa então voltar a me concentrar e concluir o meu pensamento.
Mas quando isso acontece é muito complicado, desfragmentar é o mesmo que jogar tudo no lixo. E então vem a dúvida do que deve ser deletado ou não.

Algumas coisas não são muito claras.

Minha cabeça está uma confusão só.

Ando descrente do ser humano nesse momento.

Perdi a confiança em algumas pessoas que eu achava impossível deixar de gostar ou de confiar.

Mas a vida precisa seguir em frente, nesse momento eu já estou desfragmentando meu HD pessoal.

Não vale a pena ficar pensando nas mesmas coisas sempre.

Algumas pessoas simplesmente merecem ser esquecidas e deixadas de lado.

Espero escrever algo melhor amanhã.

Hoje eu sou isso, confusão e fusão de sentimentos contraditórios.

Hoje eu sou nesse momento o bicho do mato.

Estou aqui de bicho, ouvindo boa música e bebendo vinho.

Com a exclusão do meu lixo mental eu espero amanhã escrever algo bem melhor que hoje.

Até mais!

Pollyanna Alves
22/12/2011